Prévia - The Order: 1886 traz uma batalha secular ao PlayStation 4
Apesar de The Order: 1886 ser um dos principais jogos exclusivos para o PlayStation 4, a Ready At Dawn não parece muito disposta a deixar que pessoas de fora do estúdio experimentem o que o ele tem a oferecer — bom, ao menos não muito dele, pelo menos. Em um recente evento pré-E3, a companhia convidou alguns jornalistas a conferir um trecho do novo game, cujo lançamento foi adiado recentemente para o início de 2015.
A fatia apresentada se iniciava no terceiro capítulo do jogo (intitulado “Inequalities”) e colocava os jogadores no controle de Galahad, principal cavaleiro da Ordem. Junto à personagem Isabeau, o protagonista se vê preso em meio a um tiroteio no qual o jogador não tem outra opção a não ser se proteger atrás de pilastras enquanto espera por brechas nos ataques inimigos.
Segundo Brett Makedonski, do Destructoid, o título adota o que pode ser chamado de um “sistema de cobertura leve”, no qual a figura controlada interage naturalmente com o ambiente. “O protagonista se refugia automaticamente através de pilares e paredes, sem a necessidade de que um botão seja pressionado para isso acontecer”, explica ele — algo que certamente deve trazer comparações com a solução adotada pela Square Enix no mais recente Tomb Raider.
O Thermite Rifle
O ponto alto da demonstração não foi o sistema de cobertura utilizado, mas sim uma arma conhecida como “Thermite Rifle” (Rifle de termita, em uma tradução livre). Matthew Kato, da Game Informer, afirma que, apesar de o equipamento apelar para uma mecânica já estabelecida (a presença de um tiro principal e de uma opção secundária), a maneira como é usado se mostra diferente do convencional.
“O tiro primário (R2) atira descargas de um composto feito de óxido de ferro e alumínio, mas isso não causa muito dano. A melhor maneira de fazê-las funcionar é usar o tiro secundário (R1), que envia uma fagulha de ignição. Isso incendeia as nuvens de fumaça criadas pelo impacto do composto, queimando todos na área”, explica Kato.
Makedonski afirma que a intenção da Ready at Dawn parece ser evitar cair no lugar-comum de tiros em terceira pessoa que forçam o personagem a passar por momentos dignos de uma galeria de tiro. Ele afirma que isso se torna algo fácil devido à possibilidade de rodear facilmente as proteções utilizadas, o que estimula explorar a mobilidade do protagonista e as possibilidades oferecidas pelo Thermite Rifle.
“Durante a fatia que nos foi apresentada, essa quase certamente vai ser a ordem de ação do jogador. The Oder: 1886 praticamente o obriga a isso. A pistola secundária é quase hilariamente fraca, e as cápsulas de ferro eram quase completamente inúteis. Inclusive foi preciso usar vários ataques de fogo para despachar a maioria dos inimigos, como se ser incendiado uma única vez não fosse o suficiente para matar a maior parte das pessoas”, explica o jornalista do Destructoid.

Durante o trecho exibido, cada onda de inimigos abatida é substituída por outra leva de criaturas capazes de escalar paredes, o que força os personagens a bater em retirada em busca de novas barricadas. Segundo Collin Campbell, da Polygon, até é possível tentar táticas de combate que não envolvem se proteger atrás de obstáculos, porém a maioria delas resulta na morte quase imediata do protagonista.
Grande fidelidade visual
O principal motivo para os inimigos do intervalo exibido pela Ready at Dawn se mostrarem tão difíceis é algo que constitui uma parte importante da trama do jogo: o elemento chamado de “Black Water” (Água Negra, em uma tradução livre). O misterioso líquido é conhecido não somente por curar ferimentos rapidamente, mas também por estender notavelmente o tempo de vida de um humano — embora não torne ninguém imortal, esse item raro permite que uma pessoa viva centenas de anos.
Após o combate cessar, o jogador é apresentado a uma cena no qual o elemento desempenha um papel essencial. Em todos esses momentos, o que mais chamou a atenção dos jornalistas é a grande fidelidade visual do game, que, embora não apresente o nível de qualidade mostrado em sua revelação original (veja o GIF acima para conferir as diferenças), ainda se mostra surpreendente.
A transição entre as cenas não interativas e os momentos nos quais você tem controle da ação é praticamente imperceptível, algo que só ajuda a destacar ainda mais a beleza gráfica do jogo. “Era óbvio que a primeira sessão parecia bonita, mas, após termos uma área para explorar sem nenhuma distração, isso se tornou incrivelmente aparente”, escreve Makedonski, do Destructoid.

O potencial gráfico do PlayStation 4 não está sendo usado somente com o intuito de criar ambientes convincentes — os desenvolvedores querem ir mais longe e usar novas ferramentas de desenvolvimento para criar personagens capazes de transmitir emoções reais. “Quando você vê isso pronto, não dá muito atenção. Mas, quando você tenta fazer isso, percebe que se trata de algo bastante desafiador”, afirma o diretor Dana Jan, que anteriormente trabalhou na Blizzard.
“Você precisa fazer com que designers e programadores pensem sobre isso, porque, quando não é feito da maneira certa, somos muito bons em detectar isso em um nível subconsciente”, complementa Jan. Para atingir seus objetivos, a Ready at Dawn (conhecida por seus jogos para PSP e remakes HD) conta com a ajuda da SCE Santa Monica, que ajudou a trazer à vida projetos como Journey e The Unfinished Swan.
Potencial gigantesco
Durante o game, o jogador acompanha a história de Galahad e outros membros da Ordem que estão em meio a uma guerra secular contra criaturas bestiais. Com a chegada da Revolução Industrial, finalmente a humanidade começa a ter os equipamentos necessários para lidar com esses inimigos sobrenaturais — no entanto, o período histórico também é marcado por revoltas populares, e a relação entre a Ordem e a aristocracia faz com que ela também tenha que lidar com cidadãos insatisfeitos com o cenário social.
“As pessoas podem realizar pesquisas depois de ter jogado e perceber que usamos algo que era meio verdadeiro e que poderia ter sido realidade”, afirma Jan. “Isso começa uma série de discussões e faz você pensar. Como desenvolvedores, costumamos nos dedicar a realmente criar uma história vívida, realista e crível para as coisas. Então, é realmente interessante para nós selecionar o que queremos manter, o que deve ser jogado fora e o que queremos mudar para deixá-lo espantado”, complementa.
Apesar de a demonstração divulgada pelo estúdio ter sido considerada bastante curta, a maioria dos jornalistas que pode testar o jogo concorda que ele tem grande potencial. Ao que tudo indica, The Order: 1886 pode ser para o PlayStation 4 aquilo que a série Uncharted foi para o PlayStation 3 ou God of War foi para o PlayStation 2 — uma série que não somente exibe o poder do console, como se torna sinônimo de uma experiência que só pode ser encontrada em plataformas da Sony.

“Esse não foi a demonstração mais longa ou fresca que já jogamos, mas isso nos deu a confiança que The Order pode ser aquele tipo de título first-party que faz um console cantar”, afirma Kato, da Game Informer. “Para ser honesto, eu fiquei um pouco desapontado — não pelo que vi, que em sua maioria foi ótima, mas porque eu não tive como passar mais tempo com o jogo”, complementa Makedonski, do Destructoid.
A má notícia para os donos do PlayStation 4 é que será preciso esperar até o início de 2015 para conferir tudo o que o jogo vai oferecer. Até lá, resta esperar pela apresentação da Ready at Dawn durante a E3 2014, evento que a empresa deve aproveitar para revelar ao mundo mais elementos que devem tornar The Order: 1886 ainda mais apetitoso.
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